Deter – Monitoramento diário da supressão e degradação de vegetação nativa
O Deter é o sistema de monitoramento diário por sensoriamento remoto do INPE que indica os locais com evidências de supressão ou degradação da cobertura nativa nos biomas brasileiros. Atualmente, o Deter produz dados chamados de alertas, ou avisos, que informam sobre a supressão de vegetação nativa e a degradação florestal na Amazônia Legal Brasileira, e sobre a supressão de vegetação nativa nos biomas Cerrado e Pantanal, e nas áreas de Não-Floresta1 na Amazônia.
Criado em 2004, o sistema Deter foi desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Secretarias Estaduais do Meio Ambiente. Em 2018 foi criado o Deter Cerrado, em 2023, o Deter Pantanal, e a partir de 2024, as áreas de Não-Floresta na Amazônia.
Alertas
Os alertas indicam os locais de supressão completa da vegetação nativa, associadas a corte raso, mineração e solo exposto com vegetação, e locais de degradação florestal, resultante de exploração seletiva de madeira, queimadas entre outras práticas que alteram parcialmente a cobertura vegetal nativa.
Atualmente, o Deter utiliza imagens dos satélites brasileiros Amazônia 1, CBERS 4 e CBERS 4A (sensor Wide Field Imaging, câmera – WFI), e mapeia alertas com área mínima de 3 hectares.
CLASSES – DETER
O processo do desmatamento acontece por corte raso, quando a cobertura da vegetação é totalmente removida em uma única intervenção, ou pode ser o resultado de eventos de degradação recorrentes que progressivamente comprometem a estrutura original da vegetação.
Para o mapeamento dos alertas são utilizadas imagens do satélite Landsat ou similares, para localizar áreas associadas às classes de:
I
Desmatamento: Desmatamento corte raso, Desmatamento com vegetação e Mineração;
II
Degradação: Degradação e Cicatriz de incêndio florestal;
III
Exploração madeireira: Corte Seletivo Tipo1 e 2, a partir das seguintes definições:
Desmatamento corte raso (DESMATAMENTO_CR)
Áreas em que se observa a supressão completa da vegetação nativa, independentemente de qualquer evidência de uso posterior.
Desmatamento com vegetação (DESMATAMENTO_VEG)
Áreas em que há evidência de supressão da vegetação nativa e ao mesmo tempo, de outra cobertura vegetal. Esta classe refere-se a áreas de degradação progressiva, ou que pela presença de cobertura de nuvens foram apenas detectadas algum tempo após a supressão da cobertura original.
Mineração (MINERACAO)
Áreas de vegetação nativa que foi convertida para áreas de atividade de extração mineral. Predominam nesta classe as atividades de garimpo artesanal.
Degradação (DEGRADACAO)
São áreas onde houve perda incompleta do dossel florestal e consequente exposição do solo, persistindo uma vegetação com indivíduos arbóreos e/ou com estrutura semelhante a estágios inicial e intermediário inicial de sucessão florestal.
Cicatriz de incêndio florestal (CICATRIZ_DE_QUEIMADA)
Áreas onde se identificam sinais de alterações na cobertura vegetal em decorrência da ação do fogo, podendo ou não persistir vegetação arbórea.
Corte seletivo Desordenado (CS_DESORDENADO)
Áreas associadas à exploração madeireira convencional, em que os indivíduos arbóreos de espécies de interesse comercial são removidos sem planejamento. Caracterizam-se pela irregular das estradas, ramais e pátios de estocagem com dimensões irregulares e dispostos de forma aleatória no interior da floresta.
Corte seletivo Geométrico (CS_GEOMETRICO)
Áreas associadas à exploração madeireira com plano de manejo, caraterizadas pela disposição regular e geométrica das estradas e pátios de estocagem no interior da floresta.
Como citar
Detalhes da metodologia Deter encontram-se disponíveis em Almeida et al.(2022) – Metodologia utilizadas nos sistemas Prodes e Deter – 2ª edição (atualizada).
ALMEIDA, C. A.; MAURANO, L. E. P.; VALERIANO, D. M.; CÂMARA, G.; VINHAS, L.; MOTTA, M.; GOMES, A. R.; MONTEIRO, A. M. V.; SOUZA, A. A. A.; MESSIAS, C. G.; RENNÓ, C. D.; ADAMI, M.; ESCADA, M. I. S.; SOLER, L. S.; AMARAL, S. Metodologia utilizada nos sistemas PRODES e DETER – 2ª edição (atualizada). 2. ed. São José dos Campos: INPE, 2022. 47 p. IBI: <8JMKD3MGP3W34T/47GAF6S>. (sid.inpe.br/mtc-m21d/2022/08.25.11.46-NTC). Disponível em: http://urlib.net/ibi/8JMKD3MGP3W34T/47GAF6S.
Por exemplo, do TerraBrasilis https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/, o dado obtido a partir da opção “Bioma Cerrado – DETER (Avisos)”,e do arquivo “Avisos no Bioma Cerrado – Shapefile (desde 2018)”, deve ser citado:
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Bioma Cerrado – DETER (Avisos): Avisos no Bioma Cerrado – Shapefile (desde 2018). 2024. Disponível em: https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/geonetwork/srv/eng/catalog.search#/metadata/a5220c18-f7fa-4e3e-b39b-feeb3ccc4830 Acesso em : 02 set. 2024.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA E GEOINFORMÁTICA. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS BIOMAS BRASILEIROS. Deter (outubro/2024) – Disponível em: https://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/. Acesso em: 10 out. 2024.